sexta-feira, 13 de abril de 2007

Artigo de Mao Tsé Tung

Este pequeno texto é um excelente ponto de partida para orientar a análise do conteúdo e da justeza das idéias, teorias, políticas, planos e resoluções, a partir das experiências, dos erros e acertos da prática social. Ele integra a edição das Cinco Teses Filosóficas de Mao Tsetung, com os textos Sobre a Prática, Sobre a Contradição, Sobre o Justo Tratamento das Contradições no Seio do Povo e Discurso na Conferência Nacional do Partido Comunista da China sobre o Trabalho de Propaganda.
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DE ONDE PROVÊM AS IDÉIAS CORRETAS? [*]
Mao Tsetung
De onde provêm as idéias corretas? Caem do céu? Não. São inatas dos cérebros? Não. Só podem se originar da prática social; das três classes de prática: a luta pela produção, a luta de classes e as experiências científicas da sociedade.
A existência social dos homens determina seus pensamentos. Uma vez dominadas pelas massas, as idéias corretas, característica da classe avançada, se converterão numa forma material para transformar a sociedade e o mundo.
Na prática social, os homens se enfrentam com todos os tipos de luta e extraem ricas experiências de seus êxitos e fracassos. Inumeráveis fenômenos da realidade objetiva se refletem nos cérebros dos homens por meio dos órgãos de seus cinco sentidos — a visão, a audição, o olfato, o paladar e o tato.
No começo, o conhecimento é puramente sensível. No começo esse conhecimento sensível, se acumulado quantitativamente, produzirá um salto e se converterá em conhecimento racional, em idéias. Este é o processo do conhecimento. É a primeira etapa do processo do conhecimento em seu conjunto, etapa que conduz, da matéria objetiva à consciência subjetiva, da existência às idéias. Nessa etapa, todavia, não se tem comprovado se a consciência e as idéias (incluindo teorias, políticas, planos e resoluções) refletem corretamente as leis da realidade objetiva; ainda não se pode determinar se tais idéias são justas.
Logo se apresenta a segunda etapa do processo do conhecimento, etapa que conduz da consciência à matéria, das idéias à existência, e isto significa aplicar na prática social o conhecimento obtido na primeira etapa, para ver se essas teorias, políticas, planos e resoluções podem alcançar os objetivos esperados. De maneira geral, com relação a esse ponto, o que dá bom resultado é adequado, sendo errôneo o que dá mau resultado; especialmente na luta entre a humanidade e a natureza.
Nas lutas sociais, as forças que representam a classe avançada, às vezes, sofrem algum fracasso, mas não por serem incorretas suas idéias, e sim porque na correlação das forças em luta, as forças avançadas não são tão poderosas naquele momento, quanto as forças reacionárias, e, por conseguinte, fracassam temporariamente; porém alcançarão os êxitos previstos mais cedo ou mais tarde.
Depois das provas da prática, o conhecimento dos homens realizará outro salto, que é mais importante ainda que o anterior, porque só mediante o segundo salto se pode provar o acerto ou o erro do primeiro salto do conhecimento, isto é, das idéias, teorias, políticas, planos e resoluções formadas durante o curso da reflexão sobre a realidade objetiva. Não há outro método para comprovar a verdade.
A única finalidade do proletariado e de seu conhecimento do mundo é transformá-lo. Freqüentemente, só se pode atingir a um conhecimento correto depois de muitas repetições do processo que conduz da matéria à consciência e da consciência à matéria, quer dizer, da prática ao conhecimento e do conhecimento à pratica. Esta é a teoria marxista do conhecimento; é a teoria materialista dialética do conhecimento.
Muitos de nossos camaradas, todavia, não compreendem essa teoria do conhecimento quando lhes perguntam de onde extraem suas idéias, opiniões, políticas, métodos, planos, conclusões, eloqüentes discursos e largos artigos; consideram estranha a pergunta e não podem respondê-la. Para eles se tornam incompreensíveis os freqüentes fenômenos de salto na vida cotidiana em que a matéria pode transformar-se em consciência e a consciência em matéria.
Para isso, é preciso educar nossos camaradas na teoria materialista dialética do conhecimento, para que orientem corretamente seus pensamentos, saibam investigar e estudar bem, realizem a avaliação de suas experiências, superem as dificuldades, cometam menos erros, trabalhem bem e lutem esforçadamente para converter a China numa grande potência socialista e ajudem as grandes massas dos povos oprimidos e explorados do mundo, cumprindo assim os grandes deveres internacionalistas que assumimos.
[*] Este artigo datado de maio de 1963 é um fragmento de "Decisões do Comitê Central do Partido Comunista da China sobre alguns problemas no atual trabalho rural" (projeto), que foi elaborado sob a presidência do camarada Mao Tsetung que redigiu o trecho extraído.

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