terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Lula xodó dos empresários

“Lula, a melhor coisa que poderia ter acontecido para o nosso país”, afirma empresário
A irritação do bispo de Barras com o governo Lula é acompanhada por outros setores expressivos do movimento social. Para d. Tomás Balduíno, "Lula esgotou-se". Segundo o religioso, “havia a expectativa daqueles anos de caminhadas das organizações populares, que se aglutinaram, criaram um partido, sonharam com a chefia do governo. Hoje o clima é de decepção, desalento, até de paralisia. Eu esperava muito mais de Lula e não sou só eu”. João Pedro Stédile, do MST, comenta que Lula deveria criar "vergonha na cara" e cumprir suas promessas de campanha eleitoral. O MST apoiou a eleição de Lula em 2002, fez campanha no segundo turno de 2006 e saiu às ruas para defendê-lo em meio à crise do mensalão, em 2005. Agora, diante das desapropriações de 2007, admite não ter sido surpreendido. "Esse resultado não nos surpreende. É uma vergonha. Já tínhamos alertado o governo sobre a ineficácia e a morosidade. Estamos com mais de 150 mil famílias acampadas na beira das estradas esperando. Algumas estão desde o primeiro ano do governo", disse Stedile.Até o moderado André Singer, ex-porta voz do governo Lula, considera que o governo deveria inclinar-se um pouco mais para a esquerda. O caráter conservador do governo levou até mesmo o ex-presidente Fernando Henrique a comentar: “Em termos ideológicos, Lula sempre esteve mais próximo de mim. Ele não vai admitir, mas é verdade”. Segundo FHC, Lula “tem noção de equilíbrio. Em campanha defende o povo, no governo agrada à elite”.O megaempresário Emílio Odebrecht, resume a surpresa que se transformou Lula no governo: “Nós quebramos um tabu enorme, que era a chegada de um presidente da esquerda e, mais ainda, um líder dos trabalhadores, e esse tabu não existe mais. O investidor estrangeiro sempre perguntava como se comportaria o Brasil com um presidente com esse perfil de esquerda, com essa ideologia, e veja o que aconteceu. Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido para o nosso país, sem dúvida nenhuma. O investidor estrangeiro viu que os contratos foram preservados, que a linha ideológica, ao contrário, é até mais rígida, em determinados aspectos, do que a dos anteriores. O Brasil tem mais consistência e inspira outro nível de confiança ao investidor. Essa quebra de tabu tranqüilizou os investimentos, e o que se viu é que esse governo não tem nada de esquerda. O presidente Lula não tem nada de esquerda, nunca foi de esquerda”.

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