domingo, 26 de abril de 2009

PROCESSO CONTRA O BANQUEIRO DANIEL DANTAS

16/4/2009
CPI das Escutas Telefônicas
Parlamentares do PSOL questionam Daniel Dantas

A Comissão Parlamentar de Inquérito das Escutas Clandestinas ouviu, nesta quinta-feira, pela segunda vez, o banqueiro Daniel Dantas, dono do banco Opportunity, investigado na Operação Satiagraha da Polícia Federal, que constatou atividades ilícitas, entre elas, crimes financeiros, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Condenado em primeira instância por crime de corrupção, Daniel Dantas falou protegido por um habeas corpus na posição de investigado, o que lhe abriu precedente de não falar a verdade.
O líder do PSOL, deputado Ivan Valente, questionou declaração de Dantas, que disse que parte das escutas da Satiagraha seriam ilegais, já que ficou comprovado que os grampos aconteceram de forma legal. O banqueiro entregou um laudo particular, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Comunicação Eletrônica e Informática, que comprovaria a ilegalidade e observou que as autorizações judiciais podem comprovar quais escutas foram ou não legais.”Isto é uma aberração. Nem CPI, nem PF, nem imprensa constataram irregularidades, somente o depoente, que parece que tem larga experiência na área de grampos telefônicos”, contrapôs o deputado.
Condenado a dez anos de prisão por tentativa de suborno do delegado da PF Victor Hugo Rodrigues Alves, Dantas argumentou que a gravação que trata do assunto foi forjada e que os dois envolvidos, Humberto Braz e Hugo Chicaroni, não tentaram subornar o delegado com R$ 1 milhão. Ivan Valente esclareceu que o procedimento foi autorizado pelo juiz Fausto De Sanctis, como parte das investigações da Satiagraha.
O deputado citou ainda uma gravação telefônica em que uma voz feminina falava a Daniel Dantas da existência de um parlamentar contrário a fusão da Brasil Telecom e Oi. “Falavam de um tal de Ivan Valente. E a resposta foi: é verdade, ele é contra, mas está isolado”. O banqueiro negou ter conhecimento dessa gravação. Ivan Valente questionou também quanto as empresas de Dantas lucraram com a fusão e obteve como resposta que o grupo econômico do banqueiro não tinha interesse e não teve qualquer lucro na operação de fusão.
Membro da CPI, o deputado Chico Alencar perguntou a Dantas quem era o perito e quanto foi pago pelo laudo que afirma que a gravação do suborno seria falsa. O banqueiro disse que a perícia foi feita por Ricardo Molina e paga por Humberto Braz, mas não soube informar quanto custou o serviço. Respondendo ao deputado, Dantas disse que só tomou conhecimento através da imprensa sobre a investigação da empresa Kroll, envolvendo a Brasil Telecom, e das mais de 200 caixas de documentos sobre o assunto.
Questionado sobre a atuação de suas empresas, o banqueiro respondeu que “seu ramo é investir” e atua, no momento, nos setores de produção de alimentos, imobiliário e mineral. Disse também que nunca investiu em partidos políticos nem candidatos, mas que não sabia informar se sócios seus teriam feito – Dório Ferman, um dos sócios do Opportunity, consta como doador de várias campanhas eleitorais.
Quando estourou a operação Satiagraha, em julho de 2008, e o juiz Fausto De Sanctis mandou prender por duas vezes Daniel Dantas, o banqueiro foi libertado por força de dois habeas corpus concedidos pelo Supremo Tribunal Federal. Diante desse fato, Chico Alencar perguntou qual a relação do depoente com o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, Dantas negou a existência de relação.
Segundo a deputada Luciana Genro, Daniel Dantas tenta posar de “injustiçado e perseguido, mas é um criminoso condenado, um dos maiores de colarinho branco que já atuaram no Brasil”. Para ela, o banqueiro tenta, a qualquer custo, desmoralizar a PF ao dizer que a gravação de suborno é uma fraude. Tenta também desmerecer a atuação do delegado Protógenes Queiroz argumentando que o delegado realizou escutas ilegais.
“Dantas é um dos maiores corruptos. É um homem poderoso, com um círculo de amigos influentes. Enquanto os que ousaram desafiá-los estão sendo rechaçados e sofrendo consequências, como os delegados Protógenes Queiroz e Paulo Lacerda e o juiz Fausto de Sanctis”, afirmou a deputada.

Um comentário:

Unknown disse...

Dr.Blasco,
Parabéns pelo artigo. Meu nome é Rivaldi Souza, estou escrevendo um documentário sobre a história de Fátima do Sul/MS (Vila Brasil), e encontro nos anais da história, o nome do primeiro médico desta cidade: "Dr.Blasco Miranda de Ouro Fino", bem como, do integrante da comissão que viabilizou a emancipação político-administrativa deste Município.
Se, por acaso, for o Sr. este Pioneiro de grande valor, me retorne, gostaria de ter seu relato e fotos de sua época para figurar na história desta terra.

E-mail:Rivaldisouza@hotmail.com

forte abraço